Adeus ao príncipe encantado; desejo uma pessoa de verdade

Em lugar de procurar esse príncipe encantado, que nos salve e nos encha de amor, devemos aprender a amarmos a nós mesmas acima de tudo. Só assim poderemos estabelecer relações felizes.

A grande mentira do príncipe encantado

Todos nós conhecemos a história desse príncipe encantado que salva a princesa que se encontra presa em uma alta torre ou que é ameaçada por um dragão.

Esse príncipe galante, cortês, respeitoso e salvador, cujo troféu por sua grande façanha é essa princesa que não consegue ajudar-se a si mesma, que não pode ser feliz se um príncipe encantado não vier socorrê-la.

Crescemos baseados nesta crença de que necessitamos alguém que nos faça feliz. Por isso, o parceiro se tornou algo tão importante e a solidão algo terrível da qual devemos fugir.

Se ninguém gostar de nós não podemos nos sentir queridas; se ninguém nos desejar, não podemos nos sentir desejadas. Precisamos do reconhecimento dos outros para ser algo?

Tudo isto têm desencadeado uma grande epidemia que açoita o nosso século. A chamada dependência emocional.

Nos prendemos ao parceiro acreditando que estamos loucamente apaixonadas, nos acorrentamos a ele porque temos um grande medo de perdê-lo.

Sem essa pessoa não somos ninguém, perdemos nossa identidade. Por que isso acontece? Porque permitimos que o outro nos defina, que nos faça feliz.

Entregamos toda a responsabilidade a esse príncipe encantado que, em mais de uma ocasião, não nos corresponde como esperávamos.

Não há problema de as pessoas ficarem sozinhas

Você alguma vez usou às pessoas para evitar ficar sozinha? Talvez sua primeira resposta seja “não”, mas se você já emendou um relacionamento com outro, o mais provável é que seja um “sim”.

Após um término devemos nos permitir estar sozinhos. Temos que lidar com um duelo e isso se traduz em tempo.

É verdade que a palavra “solidão” dá medo, muito medo. Mas você já se perguntou por quê? Você se conforma com pessoas que escondem esse vazio enquanto esperam que chegue seu desejado príncipe encantado.

Apesar disso, este nunca chegará. Não somente porque ele não existe, senão porque você mesmo não está aprendendo a ficar sozinho consigo mesmo.

Você tem medo. Talvez você tenha sofrido muito na infância e carrega nas costas múltiplas carências afetivas. Dói estar sozinho, não é mesmo? No entanto, a dor pode ser muito curadora.

Não podemos pretender amar aos outros se não aprendermos a amarmos primeiro a nós mesmos. Não podemos estabelecer vínculos com pessoas que, na realidade, não gostamos nem nos completam tanto como desejamos.

O conformismo jamais será uma opção. Você merece o melhor e não tem problema em estar sozinho. Além disso, pode ser muito enriquecedor.

Pratique o desapego

Quando você se apega demais aos seus parceiros e dá uma importância às suas vidas sem medida, você sofre muito, já que a sua vida lhe escapa quando essas pessoas vão embora.

Porém, se você pensar bem, isso não ocorre com as suas amizades, professores que você teve, ou outra série de relacionamentos que, por algum ou outro motivo, terminam distanciando-se.

O parceiro é tudo para você, mas na realidade não é assim. Deixe de esperar que um príncipe encantado a faça feliz.

Algum dia, talvez, uma pessoa normal e comum vai chegar, mas não para fazer você feliz nem preencher seus vazios, senão para empreender juntos um caminho maravilhoso.

Se a relação não vai bem, não tem problema. Solte-a, porque a sua vida não vai acabar porque alguém decide se afastar de você, se a coisa não funciona, ou que tudo mude.

Você está completa, sozinha você pode salvar-se e já não está na intensa procura por alguém que preencha suas necessidades. Porque, sabe de uma coisa?

Ninguém poderá lhe dar o que você mais necessita, além de você mesma. Se você não fizer nada, prepare-se para experimentar o que é sofrer por “amor” e que os outros lhe decepcionem.

Você vai começar a se amar sem esperar que alguém mais o faça!

Fonte: Melhor com Saúde

O seu melhor não é bom o suficiente? Troque!

Quando o seu melhor, ainda não é bom o suficiente para a pessoa, então é hora de mudar de direção. Fique com alguém que valoriza seus esforços.  __Jey Leonardo

Alguns relacionamentos são verdadeiras ciladas. Só um parceiro abre mão e exerce a tolerância. Só um parceiro pede perdão mesmo não sendo culpado. Enquanto este último torce para a discussão acabar, o outro faz questão de desenterrar uma briga do passado e iniciar uma verdadeira evocação aos mortos, que retornam numa reprise complexa, onde é preciso novamente explicar, dar nomes, se cansar e sangrar do corte quase adormecido.

Para alguns, é muito fácil saltar a linha abismal que separa a educação do desaforo. Não sabem conversar de uma maneira respeitosa. Se sabem, fazem questão de esquecer. A cena romântica se desfaz rapidamente, o clima azeda, a calmaria cessa. Há um grito que deve ser liberado naquele momento. Há uma cólera que deve ser despejada. O outro precisa escutar. Enquanto o parceiro, que já está acostumado a viver pisando em ovos, luta para detectar a falha, o outro continua berrando.

“Quem ama não vai embora”. Será? Não há amor que resista a histeria verborrágica de um parceiro que diz tudo que pensa. Que se defende dizendo que é muito franco, quando na verdade, é um egoísta incorrigível, um tolo. Que não respeita os sentimentos do outro, o lugar que está, muito menos avalia se as pessoas ao redor desejam ser plateia de um atrito que deveria ser resolvido num diálogo cordial, longe do binóculo alheio.

Numa relação amorosa tem de haver duas partes interessadas, e não uma que ama e outra, que é apenas interesseira. Ao atender suas próprias vontades, em nome de um controle cego que subestima a inteligência do outro e duvida de sua capacidade de reação, o interesseiro se convence de que tem a posse do parceiro, e essa certeza, é a âncora que ele utiliza para impedir que o outro se desvencilhe.

Aperfeiçoar a tolerância para não ferir o outro, não significa perder a voz e a capacidade de se posicionar. Se na maior parte do tempo, o relacionamento proporciona clima de guerra e um parceiro está, constantemente, apagando as chamas de um incêndio que não causou, lutando para desatar intrigas e desconfianças, que não consegue sequer suspeitar a origem, já passou da hora de dar um basta.

Não há amor que resista ao furor dos dedos apontados em nome de questões irrelevantes, que não passam de insinuações infundadas e encenações. Sem respeito, nenhum relacionamento progride. Se há sempre uma parte nula, que não tem a oportunidade de falar, que é sempre o lado que viola o amor-próprio para dar continuidade a um pseudoamor que maltrata, humilha e faz tudo para provar que o erro é sempre unilateral, está na hora de repensar qual é o propósito dessa relação.

Fonte: A soma de todos os afetos

Vazio emocional: o espaço que não consigo preencher

E se você não precisasse de ninguém mais para completar aquele vazio que sente em seu interior? Deixe de buscar do lado de fora alguém que preencha seu vazio emocional e encha-o de si.

O vazio emocional tem muito a ver com o sentimento de solidão.

Aquele “estar sozinhos” que tanto tentamos evitar porque a maioria das pessoas ignora, riem dos solitários, criticam àqueles que gostam de passar tempo com si mesmos.

Como somos seres sociais, mesmo que tenhamos uma forte autoestima, no final terminamos buscando ser como os demais, nos guiando por crenças que nos afirmam que a solidão é para os fracassados…

E se não formos como os demais? Isso está errado?

A interminável busca para encher o vazio emocional

Ante tudo isso, acabamos tentando preencher aquele vazio interior que ressoa em nosso estômago, fazendo-nos acreditar que nos falta algo, que estamos incompletos.

Talvez tudo isso tenha muito a ver com quando éramos crianças.

A relação disfuncional com nossos pais, somado às crenças da busca pelo príncipe encantado, nos faz acreditar que para estarmos completos precisamos de alguém mais.

O que solucionamos com esta crença? Nada. Somente alimentamos a dependência emocional, nosso terrível mal-estar e uma busca incessante daquele “outro” que jamais preencherá o vazio que nos faz sofrer.

Sempre buscamos do lado de fora aquilo que acreditamos nos faltar.

Algo bastante irônico, pois depender que os demais supram nossos vazios significa nos doar, precisar de outras pessoas para se sentir bem e feliz.

No entanto, por mais que busquemos, por mais vontade que coloquemos e por mais mentiras que contemos a nós mesmos, seguiremos nos encontrando na mesma situação onde a dor e a decepção estarão muito presentes.

Como evitar que os demais encham nosso vazio emocional

Nem tudo o que os outros pensam é o certo

Quando você se sente constrangido porque se sente diferente, porque riem de você já que não encontra ninguém, e a solidão é a que manda, deixe de querer se encaixar.

Deixe de desejar que sua vida seja assim como os outros dizem que deva ser.

Às vezes, devemos começar a questionar determinadas crenças que damos por certas, posto que, na verdade, existem muitas outras formas de ver as coisas e de vivê-las.

Tentar que todos vivam de uma só maneira pode ser realmente esgotador e frustrante.

Não é necessário ter um parceiro, tampouco ter filhos para se sentir pleno e preenchido.

Esta é uma crença que busca tornar infelizes àqueles que se afastam do que, até o momento, foi visto como o “caminho a ser seguido”.

Ame-se, queira-se e mime-se

O fato de acreditar que somos uma meia laranja favorece que deixemos de estar em primeiro lugar para priorizar à outra pessoa que será quem nos fará sentir completos.

Isso não fará mais do que alimentar àquele vazio que tentamos preencher com pessoas, com palavras de afeto, com demonstrações de carinho e com um amor que nós mesmos nos damos.

Não percebemos que, se queremos que esse vazio emocional desapareça, devemos nos amar, nos mimar e pensar primeiro em nós mesmos antes de entrar em uma relação e proclamar um amor que nós mesmos não nos damos.

Será então quando já não dependeremos de ninguém.

Assim, se uma relação não funciona, não voltará a aparecer aquele vazio que tanto sofrimento nos traz, pois, agora sim, sabemos que não precisamos de ninguém para preenchê-lo.

Somente precisávamos centralizar o foco em nós mesmos.

Deixe de pensar que precisa de alguém, deixe de alimentar o vazio que foi criado por crenças errôneas sobre o que somos e o que devemos ser para estarmos completos.

É o momento de nos amar, de nos priorizar, mesmo que isso, mesmo hoje em dia, siga sendo mal visto, algo que é considerado “egoísta”.

Não se permita seguir acreditando que tudo o que escuta ao seu redor é a única verdade.

Aprenda a questionar tudo, porque muitas crenças pioram as coisas, e algumas estão alimentando seu vazio emocional sem que você perceba.

Fonte indicada: Melhor com Saúde

Sobre o amor: Não mendigue

Sobre o amor: não mendigue. Não peça. Não implore. Ele acontece (ou não) sem solicitação, apenas com solicitude.

Não mendigue amor, não peça pra gostar, não implore pra ficar. Amor fruto de mandinga e pena, não vale nem um poema. Ele é falso, triste, pesado, duro. A gente carrega achando que é o melhor que se pode ter e depois descobre que sem ele somos melhores. Somos livres, leves e abertos para esperar o que nos cabe e não o que, até agora, nos coube.

Atenção, carinho, respeito, desejo, amor…nada disso pode ser imposto, pedido e implorado, pois, na medida que mendigamos sentimentos, o sentir deixa de fazer sentido. Doar-se ao outro e a tudo que ele oferece deve acontecer sem regras, sem solicitações, sem restrições, sem indicações. Ele simplesmente deve acontecer!
(e inclusive deve também ter o direito de, talvez, nunca acontecer)

Mas aí demora, a gente dá uma forçada aqui, outra lá… Finge ver o que não existe, ouvir o que nunca foi dito. Nos esforçamos para acreditarmos em palavras tortas, carinhos pequenos, entregas restritas. A gente tapa a boca, pra não dizer o que grita; e os ouvidos, pra não ouvir aquela denúncia quase silenciosa de que não há amor. Só ilusão. Só o desejo. Só o seu desejo de ser amado.

Algumas pessoas passam anos amando de forma solitária e acreditando que o que sentem é suficiente para alcançar e dar conta do florescer no território infértil do outro. Elas projetam uma energia sem dimensão num projeto que começa fadado ao erro, a dor e ao fim.

A luta solitária e a rejeição de um primeiro amor fundamental: o próprio.
Viver uma relação onde há paixão, afeto, cumplicidade, respeito e querer de ambos já não é fácil, imagina quando todos estes sentimentos concentram-se apenas de um lado. Num pólo, o peso do querer irracional, do medo de ficar só e da insegurança que diz que você não pode ter mais. No outro, o vazio. Não dá pra saber o que é sentido na outra margem porque nossa querência exagerada não permite enxergar o desejo do outro.

A pessoa diz que não está feliz ao seu lado, que tem dúvidas, que anda perdido, que não pode assumir nada sério, que não sabe o que sente… e você, no ímpeto de uma onipotência absurda, toma as rédeas e se joga na batalha pra lutar por dois, aliás, por três. Você, o outro e o ideal de amor que você criou, mas nunca existiu.

Sobre o amor, não há muito o que dizer, mas é importante pensar que: amor a dois é pra ser compartilhado. Se for solitário, deve caber somente a uma pessoa: você.

Fonte: Monólogos, diálogos e discussões

Perdoar alivia o coração, mas não apaga o erro.

Perdoar nem sempre significa a retomada de tudo como era, do amor como já foi um dia, da amizade tal como nos parecia inabalável. Ninguém nem nada permanece igual após ser alvejado pela carga avassaladora das decepções, da quebra de promessas, da traição, da falsidade, da maldade enfim. Humanos que somos, será inevitável errarmos e sermos vítimas de equívocos alheios. Errar faz parte da natureza humana, sendo extremamente útil em nosso aprimoramento pessoal, no fortalecimento de nossas convicções e em nossa busca pela realização dos sonhos que acalentamos diariamente. Depararmo-nos com erros nossos ou de outrem será algo constante em nossas vidas; caberá a nós encontrar a melhor maneira de lidar com isso tudo em nosso favor.

A melhor forma de enfrentar os equívocos que nos rodeiam é refletir sobre as causas que culminaram nas situações desagradáveis que teremos pela frente, de modo a corrigirmos nossos comportamentos e atitudes, para que não voltemos a cometer os mesmos erros. Da mesma forma, essa reflexão nos ajudará a nos afastarmos de pessoas e de situações que venham a nos colocar em meio a situações embaraçosas e desgastantes.

Infelizmente, quando magoamos ou somos magoados, acabamos acumulando um peso emocional incômodo, que de uma ou de outra maneira, emperra o caminhar sereno, o seguir em frente desanuviado e tranquilo. E jornadas intranquilas fatalmente não se completam, pois não se revestem da verdade necessária ao nosso crescimento diário. É preciso enfrentar essa escuridão, adentrando em seus porões, para clareá-la, no sentido de podermos deixá-la realmente para trás.

O perdão, nesses casos, será a arma mais acertada contra esforços inúteis de enterrar uma verdade que sempre teimará em nos lembrar do mal que fizemos ou de que fomos vítimas. Perdoar, no entanto, nem sempre significa a retomada de tudo como era, do amor como já foi um dia, da amizade tal como nos parecia inabalável. Ninguém nem nada permanece igual após ser alvejado pela carga avassaladora das decepções, da quebra de promessas, da traição, da falsidade, da maldade enfim.

Mesmo que doa, será preciso voltar aos lugares onde fomos feridos, para reviver e encarar o fracasso dos sonhos, as lágrimas da decepção, a nossa impotência diante da maldade do outro, bem como da maldade que dentro de nós cede terreno às nossas fraquezas. Será necessário assumirmos a parcela de culpa que nos cabe pelas tempestades que desabam sobre nossas cabeças, para que nos libertemos definitivamente das amarras emocionais que atravancam o nosso prosseguimento. Será urgente, sobretudo, perdoar-se.

Somente após nos perdoarmos, entendendo e aceitando nossas limitações e nos conscientizando das mudanças necessárias, estaremos prontos a perdoar a quem nos magoou, nos feriu, nos usou, debilitando o nosso melhor de forma mesquinha. Perdoar nos retira da posição de vítimas, pois assim retomamos de volta o rumo de nossas vidas. Perdoar nos alivia a alma, tranquiliza-nos o coração, suavizando-nos as dores e devolvendo ao outro a carga de responsabilidade que é dele tão somente. Só assim nos libertamos do que nos fere para prosseguirmos.

Poderemos tentar continuar sem digerir os fardos que nos assolam, sem enfrentar aquilo que nos desagrada, mas então nossos passos muitas vezes parecerão se arrastar sob o peso de algo que teimará em incomodar. Inegavelmente, perdoar a si mesmo e perdoar o semelhante nos trará a lucidez e a tranquilidade necessárias e imprescindíveis para que possamos continuar buscando a felicidade, mesmo que em outras paragens, junto a novas amizades, novos amores, mas sempre ao som das batidas harmoniosas de nosso coração.

Fonte: Prof. Marcel Camargo

Sinto muito por você ter sido tão pouco assim.

De amores e dores, todos conhecem um pouco. Porém, mesmo dentro do amor há limites e a ausência corrói o sentimento aos poucos. Parafraseando Caio Augusto Leite: eu gosto de você, mas você erra ao pensar que eu vou esperar para sempre, ao pensar que eu tenho todo tempo do mundo, erra ao pensar que eu não sofro com a sua ausência.

Faz tempo que quero te dizer, só que mais uma você não me ligou e eu tive que guardar para mim. Espero que aproveite o tempo em que seu telefone fica desligado e que lembre bem da sensação de saber que meus dedos digitam seu número, sem resposta, porque um dia será ao contrário. Sei que parece que eu sou incansável e continuarei abrindo infinitas portas até você estar atrás de alguma, mas admito que até mesmo eu estou me cansando dessas portas vazias.

Faz tempo que eu quero te dizer, só que você não respondeu minha mensagem outra vez, então tive que engolir e fingir que não estou perdendo as esperanças em você. Ando pisando em cacos e dizendo que não dói, colocando curativos por cima sem nem mesmo tirar os pedaços antes. Mas esconder tudo isso não está funcionando mais. Você gosta de saber que conseguiu me fazer chegar no limite?

Faz tempo que eu quero te dizer, mas quando comecei a falar você me interrompeu para me lembrar que eu faço tudo errado e que já está cansado dos meus discursos constantes. Mas como está cansado se nem ao menos me deixou começar a falar? Se ao menos parasse para ouvir de vez em quando, entenderia que atrás de mim está um enorme tapete com poeiras varridas, mas que já não tem mais espaço aqui. Já escondi o máximo que pude, poupei tudo o que consegui para não ter que te dizer, só que até minhas falsas aceitações de que está tudo bem, não me convencem mais.

Eu tive que trancar minha porta, pois sabia que se abrisse eu não iria me conter e iria atrás de você para te fazer me ouvir. Mas foi tanto tempo sozinha, encarando as paredes que comecei a me perguntar se você vale mesmo todo esse sufoco.

Faz tempo que eu quero te dizer, só que você me fez chorar antes mesmo de abrir a boca e engasgada assim não daria para te convencer de que nem tudo é sentimento em mim, mas que também há razão em querer que você se sinta como eu sinto. Porém, a emoção me abraça, já faz tanto tempo que estou guardando que já não sei mais como ser racional nisso.

Acontece que já te dei todos os sinais e mostrei diversas vezes que o amor não basta. Eu quis te avisar que minha morada nos seus braços pode não durar para sempre se você não souber me abraçar de volta, mas você não deixou. Você tinha tudo para me ouvir e entender o que se passa aqui, mas você preferiu se isolar e se agarrar a ideia de que eu já estava apegada demais para ir embora.

Faz tempo que eu quero te dizer, mas você me disse outra vez que estava ocupado e depois a gente conversava. Mas o depois nunca chegou e não deu mais para esperar o dia em que você fosse me olhar e realmente me ver.

Eu já não tenho mais tempo para te dizer. Te digo, então, que eu sinto muito por você ter sentido tão pouco e que dessa vez sou eu quem não vai estar atrás de porta alguma que você bater.

Eu já não tenho mais tempo algum. Tenho pressa em sair desse sufoco. Só posso terminar dizendo que eu sinto muito, só que dessa vez não sinto por mim, sinto muito por você.

Fonte: Najara Gomes

Muitas vezes, o amor não termina, mas a paciência acaba

Encontrar o amor não é tão difícil, se comparado à árdua tarefa que consiste em mantermos acesa a chama afetiva que nos mantém juntos de quem amamos. Após o encontro amoroso, afinal, existe um longo caminho a ser percorrido, para que os sentimentos se fortaleçam e tornem a jornada conjunta repleta de cumplicidade e admiração mútua.

As pessoas vêm de universos diferentes, passaram por vivências próprias, sobreviveram a tempestades únicas e, de repente, precisam confrontar tudo o que são com alguém de fora, tentando harmonizar perspectivas na maioria das vezes dissonantes e distantes, em favor da necessidade de amarem e serem amadas. A paixão chega, arrebata e nos lança ao encontro de um mundo outro, no qual mergulharemos às cegas, a fim de saciarmos a fome de amor que é tão nossa.

A convivência diária não é fácil, uma vez que o tempo nos mostra e nos desnuda em tudo o que somos, da mesma forma nos trazendo as verdades de quem está ali ao nosso lado, mesmo aquelas que nos incomodam. Infelizmente, poucos estão dispostos a enxergar, fora de si e em si mesmo, o que lhes retira da zona de conforto, o que lhes obriga a refletir sobre o que têm feito da vida. E o companheiro sempre será o espelho que reflete o que estamos ofertando, o tipo de amor que construímos ou desconstruímos diariamente.

E, se não nos permitirmos a entrega na totalidade que o amor requer, acabaremos fatalmente nos furtando de dedicar o mínimo de nós mesmos ao outro, relegando-o ao vazio solitário de nossa presença incompleta. Não abriremos mão de nada, não ouviremos os sussurros sofridos ali ao lado, não olharemos fundo nos olhos que nos buscam em vão, não sentiremos as acelerações do coração que pulsa pertinho, não responderemos aos desejos, não tocaremos a pele, não daremos, enfim, importância a quem sempre esteve conosco.

E ninguém há de suportar o desprezo, a indiferença, a agressividade silenciosa e a companhia vazia de quem lhe prometera amar pelo resto da vida. O amor não aceita desaforo, não sobrevive de passado, tampouco se alimenta de esperanças unilaterais e de correspondência nula. Só amor, somente amar, apenas as lembranças do que já foi mas não é mais, nada disso será capaz de manter duas pessoas juntas. Porque o amor é, sim paciente, mas tem o limite exato da dignidade que nos sobra ao fim do dia. Nada mais do que isso.

Fonte: Prof. Marcel Camargo

As Escolhas Amorosas Não São Feitas Por Acaso

Muitas pessoas se questionam sobre os motivos de escolhas amorosas erradas e que, geralmente, acabam sendo repetidas ao longo da vida.

Além disso, não é rara a experiência de iniciar um relacionamento que parece satisfatório, mas que com o passar do tempo se direciona para uma dinâmica conjugal destrutiva, onde as mesmas insatisfações de outros relacionamentos do passado são sentidas.

Jeffrey Young, criador da Terapia do Esquema, explica que a busca pela manutenção de padrões aprendidos nas relações primárias, principalmente com os cuidadores, é um componente fundamental na escolha amorosa. Isso acontece em um nível muito mais emocional do que racional, o que pode ser entendido por “química” da atração.

O autor salienta que a coerência cognitiva e perpetuação de esquemas mentais levam a uma forte atração por relações que mantenham sensações e crenças já existentes em nós (crenças sobre si mesmo, sobre outros e sobre as relações).

Com isso, as escolhas amorosas e a permanência em relacionamentos danosos, por exemplo, podem estar baseadas na química que é sentida pela ativação de um ou mais esquemas mentais disfuncionais, que são formados por crenças profundas e sensações decorrentes, principalmente, de experiências nocivas na infância e adolescência com figuras parentais ou com outras relações significativas.

A dinâmica conjugal tende a acontecer de forma que contribua para a manutenção desses esquemas disfuncionais. Situações vivenciadas no relacionamento (situações gatilho) desencadeiam uma interação esquemática entre o casal, que pode aparecer como um padrão autoperpetuado e destrutivo, envolvendo um ciclo complexo de respostas cognitivas, comportamentais, emocionais e biológicas (Yoosefi et al., 2010).

Deste modo, uma espécie de ciclo esquemático de ativações de respostas emocionais, cognitivas e comportamentais infantis pode estabelecer uma interação destrutiva entre o casal. Como uma espécie de círculo vicioso, a utilização de estratégias de enfrentamento desadaptativas frente às insatisfações sentidas no relacionamento não permite que as necessidades emocionais sejam compreendidas e satisfeitas na relação.

Por outro lado, Young (1990) entende que as relações íntimas, quando conseguem ser satisfatórias, podem ter um papel fundamental na cura dos esquemas disfuncionais. Com isso, um objetivo importante na terapia individual focada nos esquemas é ajudar os pacientes a realizarem escolhas amorosas mais saudáveis e que consigam modificar um padrão de relacionamento prejudicial.

Já a terapia conjugal pode ajudar os parceiros a identificarem e reprocessarem as emoções relacionadas aos esquemas, desenvolvendo estratégias saudáveis para alcançarem suas necessidades emocionais infantis e adultas na relação atual.

(Autora: Kelly Paim, Psicóloga na Wainer Psicologia Cognitiva)

(Fonte: flaviohastenreiter)

Amor não é uma questão de persistência, mas sim de consistência

Entenda: A sua insistência não irá fazer com que o outro mude de ideia, isso não irá fazer com que brote sentimentos do outro por você. Mas o que estou querendo falar nesse texto é sobre o amor em um relacionamento já construído.

Pode ser que você veja muitos defeitinhos no outro e queira mudá-lo a todo custo e aí vem às cobranças na tentativa de fazer com que o outro enxergue aquilo que tanto o incomoda. Mas, quero lhe apresentar um conceito novo que mexeu muito comigo depois de assistir a um vídeo sobre isso, a palavra da vez é “consistência” isso me lembrou em um primeiro momento a pudim, mousse e todas essas sobremesas gostosas (risos). Mas, para que essas receitas possam de fato dar certo e ficarem bem saborosas é preciso que elas fiquem CONSISTENTES. O que isso te lembra?

Isso me fez pensar no relacionamento e de como os namoros e casamentos dos dias de hoje tem se tornado cada vez mais inconsistentes. As pessoas desistem na primeira dificuldade e no primeiro defeito já mandam o outro embora porque não suportam a realidade, querem continuar vivendo um “amor” fantasia onde tudo dá sempre certo. Pessoas que não toleram decepções e que acham que o outro é perfeito quando ele mesmo é imperfeito.

O que quero dizer é que em um relacionamento o amor não é questão de insistência, cobranças, mas sim de consistência. Não notamos o quanto emprestar nossos ouvidos para escutar como foi o dia cansado do outro o faz bem, de como acolher a dor de uma decepção no trabalho mesmo que isso pareça tão insignificante para nós é importante para o outro. Não vemos, por um descuido qualquer que preparar um jantar é um ato de amor, que comer um bombom na rua e lembrar de trazer um para o seu parceiro é um gesto de carinho. Amamos o outro pelas pequenas coisas, são pequenas atitudes que nos devolvem a certeza de que o outro nos ama e nos quer bem. Depois de certo tempo as coisas perdem o seu status de “novidade” em um relacionamento e então, como reacender? Como manter a consistência?

Você não precisa mandar flores no trabalho, comprar um presente caro ou levar o outro para jantar em um restaurante que custa milhões – risos- O reacender está nas pequenas coisas do dia a dia, desde o ouvir, até cuidar do outro quando ele não está bem de saúde. É ligar no meio do dia pra saber se melhorou da tosse e mostrar o quanto se importa com esse alguém. A consistência está no cuidado, no respeito que podem ser demonstrados em atitudes mínimas que esboçam um carinho imenso e faz toda a diferença para esse alguém.

Particularmente meu coração sorri quando vejo um bilhete no meio dos meus livros, quando o outro foi ao supermercado e lembrou de comprar o meu chocolate favorito. Eu me sinto amada quando o outro escolhe me ouvir mesmo não entendendo nada do que estou falando, de quando estou doente e mesmo isso parecendo “não ser nada demais” o outro decide cuidar de mim. O amor está nos pequenos detalhes, são pequenos gestos que faz com que a gente sinta que o amor não acabou e que você não deixou de ser interessante, mesmo a novidade tendo passado, mesmo que os jantares tenham se tornado raros e os presentes ficados para datas muito especiais. São esses pequenos ingredientes simples que mantém a consistência de um relacionamento que ao invés de ser liquido, torna-se cada vez mais sólido.

Fonte: Logo eu

Como deixar de lado alguém que você quer do lado?

Como deixar de lado alguém que você queria ao seu lado para contar como foi o seu dia e como o metrô ou o “busão” estava lotado? Contar que esqueceu as chaves em casa e que vive quebrando tudo.

Aquela vontade de dividir as tragédias do dia-a-dia e que, na noite passada, ao acordar de madrugada, esbarrou em algo e, na tentativa de não deixar aquele objeto cair, acabou quebrando a casa toda e todo mundo acordou, o que não era o seu intuito (risos).

Como deixar de lado alguém em quem você pensa o dia todo, sente saudade e morre de vontade de mandar uma mensagem, perguntando como está sendo a semana, como anda aquele probleminha do trabalho? Como deixar de lado o “boa noite” engasgado, a saudade que invade logo pela manhã?

Como deixar para trás os planos, os segredos, os momentos? Como apagar da memória quem persiste em estar em nossos pensamentos? Como é difícil deixar de lado quem sempre caminhou com a gente. Para qual abraço se refugiar, no final do dia, cansado?

É difícil, eu sei, mas, às vezes, é preciso deixar de lado quem não nos quer mais por perto, quem não dá valor à nossa presença e quem não se importa com as nossas dores. Por mais difícil que seja deixar de lado quem gostaríamos de continuar andando de mãos dadas, é necessário entender que deixar ir, às vezes, é uma forma de não nos machucarmos ainda mais.

Por mais que o fim doa e a saudade nos esmague, uma historia repleta de zigue-zagues só nos fere. É difícil, eu sei, deixar de lado quem era sua risada mais gostosa, seu café mais quentinho. Quem era a primeira pessoa a saber das suas conquistas e também das suas derrotas.

Parece ser uma tarefa tão difícil, mas o problema é que focamos em entender tudo, perdemos tempo demais tentando entender os porquês de quem foi embora sem se importar com a dor que causaria em nós.

De alguém que se foi sem olhar para trás, apagando toda a história que insistimos em relembrar, todos os dias. De quem nos pede para “tocarmos a vida” e esquecer de vez. Tentamos achar respostas que expliquem o porquê de ter dado errado e buscamos, em nossa memória, em que ponto falhamos.

E, nisso tudo, enquanto buscamos entender aquilo que não pode ser explicado, deixamos de viver, enquanto o outro segue sua vida normalmente sem nós. Depositamos nossa felicidade nas mãos de quem não se importa mais com esse lance de nos fazer felizes.

É difícil deixar de lado quem queríamos ao nosso lado, entretanto, mais difícil ainda, como diz Zack Magiezi, “é morar sozinho em uma história de amor.”

Fonte: A soma de todos os afetos

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